Em assembleia realizada na manhã desta segunda-feira, 01, na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), os servidores de Campina Grande decidiram manter a greve geral, já que a Prefeitura segue desrespeitando os direitos dos trabalhadores. Não bastasse todo o descaso com a pauta destes profissionais, eles ainda estão enfrentando perseguição e tiveram mais uma vez descontos indevidos nos salários. Sendo assim, novo ato público foi convocado para a próxima quarta-feira, 03, a partir das 9h, na Praça da Bandeira.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais do Agreste e Borborema (Sintab), Giovanni Freire reforçou que o objetivo da manifestação é denunciar a truculência e o radicalismo da Prefeitura em relação aos direitos dos trabalhadores de Campina Grande.
“Impossível retornar ao ambiente de trabalho nas condições que o governo apresenta, perseguindo os trabalhadores através de descontos indevidos, até porque a decisão do Tribunal de Justiça foi de que nós mantivéssemos em 30% o quantitativo, serviços de urgência e emergência funcionando e o Sintab e os servidores cumpriram com essa decisão, mesmo assim, de forma arbitrária, o prefeito de Campina Grande descontou e servidores que estão sem salário não têm condições nenhuma, nem financeira, nem física, nem mental, de retornarem ao trabalho”, frisou.
Indignados, os servidores que lotaram a AABB nesta segunda, denunciaram a arbitrariedade da Prefeitura Municipal e relataram que houve corte de ponto até em quem estava de atestado médico, lembrando que os cortes começaram na folha de maio, antes mesmo do início da greve. “Mexeu com o mais sagrado dos nossos direitos, que é o salário! Nós somos pais e mães de família e somos trabalhadores sérios, mas somos tratados com lixo por esse governo”, denunciou uma servidora, que terá sua identidade preservada nesta matéria.
Pauta não cumprida
Os servidores públicos do município de Campina Grande estão em greve desde o dia 06 de junho, lutando pelo cumprimento de direitos básicos que estão sendo negados pela gestão, como as condições de trabalho atualmente enfrentadas, que colocam em risco profissionais e usuários do serviço público e o cumprimento dos Planos de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR).
No dia 26 de julho, foi aprovado na Câmara Municipal, Projeto de Lei (PL) concedendo apenas 5% de reajuste da data-base, com retroativo a maio, porém, não se aplicando aos servidores que recebem salário mínimo, aos profissionais do magistério e agentes comunitários de saúde e de combate às endemias (ACS e ACE). O reajuste, muito aquém do esperado, não cobre as perdas salariais dos últimos 4 anos e obviamente frustrou a categoria. Na ocasião, o presidente Giovanni Freire lembrou que a decisão foi unilateral do Prefeito Bruno Cunha Lima, sem direito a negociação com os servidores. “Não teve acordo com o Sintab e foi o que ele mandou, sem qualquer negociação”, disse Giovanni. Com relação ao restante do pleito, não houve nenhum avanço por parte da gestão municipal.