O delegado Aldrovilli Grisi, um dos responsáveis pela investigação do caso Ana Sophia, detalhou em entrevista na manhã desta terça-feira (13) que Tiago Fontes, principal acusado do assassinato da criança, teria ficado “a um passo” de dizer onde estaria a criança e confessar o crime.
Grisi explicou que a situação ocorreu durante uma conversa informal com a força-tarefa na delegacia de Solânea. “Tiago aparece na delegacia e informalmente nós temos a oportunidade de conversar com ele. Nesse momento, entra o lado humano, da experiência do homem, foi um momento determinante. É o momento em que Tiago ficou a beira de confessar o crime. A um passo de dizer onde estava Ana Sophia”, explicou o delegado.
Ao longo da entrevista, Aldrovilli destacou que Tiago chegou a repetir por vezes que teria ‘acabado’ com a própria vida. “Ele por três vezes, falou para mim que tinha acabado com a vida dele e que iria falar. Só que em dado momento, ele abaixava a cabeça refletia mais e dizia que não tinha tenho o corpo”.
“Isso ficou muito marcado na minha memória. Aquilo ali para mim representava que ele tinha ocultado de uma forma extremamente segura o corpo e sabia que se não fosse por meio dele, nós possivelmente não acharíamos o corpo”, detalhou.
“Nós de uma forma extremamente honesta obedecendo ao princípio do contraditório e da ampla defesa, apresentamos a eles o que tinhamos. Até porque nós precisamos dentro de um diálogo argumentar e contra-argumentar mas nós já sabíamos que tinha sido ele. A gente só queria mostrar para ele que a gente sabia que era ele. Uma coisa óbvia. Mas mesmo assim, ele sustentou, o que nos convenceu que ele realmente ocultou o corpo”, informou o policial.
“Ele teve a oportunidade de falar e dentro do seu livre arbítrio, preferiu não confessar o crime”, asseverou.
Esforços para encontrar o corpo
Aldrovilli Grisi assegurou que a força-tarefa do caso Ana Sophia, composta pela Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros continuará as buscas pelo corpo da garota Ana Sophia. “Nossos esforços serão diametralmente opostos a essa afirmação”.
Princípio do contraditório
Durante a entrevista coletiva, o delegado Aldrovilli Grisi explicou que a polícia estava aguardando “nós estamos em um estado democrático de direito. Naquele momento nós não estávamos de posse do mandado de prisão temporária dele. Nós não tinhamos a conclusão em papel do laudo. A gente estava aguardando a questão do laudo da perícia das imagens para poder formalizar nos autos e dar entrada junto ao judiciário”, informou.
Ainda segundo o delegado, foi por este motivo que no dia da busca e apreensão que teve como alvo dispositivos eletrônicos (celulares) Tiago não foi preso.
“Ele foi monitorado. Mas temos restrições técnicas no local. É uma área com difícil cobertura de aparelhos celulares, poucas câmeras e nós não somos onipresentes nem oniscientes. Só existe uma pessoa com essa capacidade, Deus é onipresente e onisciente. Nós não temos o controle de todos os fatos” disse Grisi.
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