Em entrevista ao Podcast Linha de Frente, nesta segunda-feira (24), o secretário de saúde do estado,Jhony Bezerra (PSB), fez duras críticas a gestão da saúde da Prefeitura de Campina Grande, inclusive afirmando que é a pior do estado.
Questionado nesta terça-feira (24) sobre as críticas do gestor estadual, o prefeito Bruno Cunha Lima, tentou minimizar a qualidade da saúde entregue a população.
“Acho que ele não conhece a estrutura da saúde de Campina. Alguém que ataca a saúde de Campina desconhece o papel fundamental que a saúde tem não só para Campina, mas para Paraíba”, disse.
Acho que o prefeito não entendeu que a questão não é a importância fundamental que Campina tem para o estado, isso não há dúvidas, mas a qualidade do serviço prestado a população. Essa é caótica.
Uma das principais reclamações de quem precisa usar o sistema de saúde do município, é que falta quase tudo. Não se consegue marcar consultas, demora nos exames tanto para marcar como para receber, além do péssimo atendimento prestado a população, são uma das queixas constantes. Talvez pelo prefeito nunca ter precisado da saúde da cidade, não compreenda como o serviço entregue a população é tão ruim.
E o problema está em dados oficiais. A informação do programa ‘Previne Brasil’, do Ministério da Saúde, colocou Campina no primeiro quadrimestre de 2023, como pior índice de saúde básica do estado entre os 223 municípios e no segundo quadrimestre, Campina saiu da última colocação e foi para penúltima, à frente apenas de Santa Rita.
Não podemos esquecer o fracasso que foi o milionário programa “Saúde de Verdade” da prefeitura municipal. Com um gasto de 12 milhões ao ano, não atendeu a necessidade da população e as reclamações só aumentaram, pela ineficiência das marcações.
O relatório da Comissão de Avaliação e Acompanhamento do Programa “Saúde de Verdade”, realizado pelo Conselho Municipal de Saúde de Campina Grande, entre os meses de junho e setembro de 2022, reprovou o programa por duas vezes seguidas.
Problemas como ineficiência do sistema operacional, negação de atendimento de vacinação condicionando ao cadastro no programa, limitação de acesso para marcação de consultas e exames, uma das grandes reclamações a população, por ser feito apenas por meio de teleatendimento, que muitas vezes não atendiam. Pessoas que até hoje não receberam o cartão, sem falar na grande parcela da população que não tem domínio da tecnologia para usar o sistema.
Não podemos esquecer que o Ministério Público da Paraíba (MPPB), questionou o município, pois, tinha um sistema igual e gratuito disponibilizado pelo Ministério da Saúde que fazia essas marcações de consulta e exames, chamado de SISREG (Sistema Nacional de Regulação).
Nos parece que não é exatamente o secretário Jhony Bezerra que não conhece a estrutura da saúde de Campina Grande.