A queda de braço entre os bancos e a Americanas deverá ser longa. De um lado, uma empresa que anunciou, pouco mais de 10 dias atrás, ter identificado uma inconsistência contábil de R$ 20 bilhões em seu balanço. Do outro lado, instituições financeiras que descobriram que a dívida real da Americanas era o dobro do que a varejista informava até então.
Para além da briga para tentar receber R$ 41 bilhões de reais, os bancos terão um trabalho extra: o de negociar com os empresários conhecidos como os reis do capitalismo brasileiro. Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles criaram um império que tem como joias da coroa a Ambev, Kraft Heinz, Burger King e, claro, a própria Americanas.
Para construir uma fortuna de mais de R$ 180 bilhões, o trio conduziu os negócios com mão de ferro. É difícil esperar, portanto, uma postura diferente à mesa de negociação.
“Conhecendo os três (Lemann, Sicupira e Telles), posso dizer que, se os bancos exigirem uma capitalização de mais ou menos R$ 15 bilhões, eles vão deixar a Americanas falir”, prevê Luiz Cezar Fernandes, empresário de 78 anos que foi sócio do trio no antigo banco Garantia.
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