Os servidores municipais de Campina Grande realizaram na manhã desta quarta-feira, 13, o sepultamento simbólico da gestão municipal. O cortejo fúnebre saiu do Teatro Municipal Severino Cabral e percorreu a Avenida Floriano Peixoto, passando pela Maciel Pinheiro e finalizando na Praça da Bandeira. Este é o oitavo ato público realizado pelos efetivos, desde o início da greve geral, deflagrada no dia 06 de junho e que exige o reajuste da Data-Base, descumprida há 4 anos, além de melhores condições de trabalho, já que as atualmente enfrentadas colocam em risco profissionais e usuários do serviço público.
O presidente do Sintab, Giovanni Freire, enfatizou o objetivo da manifestação simbólica desta quarta.
“Hoje os servidores estiveram nas ruas de Campina mostrando para a população que, quando uma gestão ignora uma greve e não apresenta nenhuma proposta, não tem outro fim senão aquele que nós dizíamos nas ruas: é o fim de uma gestão. Foi dessa forma que nós demonstramos simbolicamente, com um caixão e cortejo pelas ruas de Campina”, detalhou.
Ele lembrou que a greve é legal e destacou que esta nova manifestação é também mais uma demonstração da força dos servidores em greve, mesmo com as tentativas de intimidação por parte do governo, incluindo os descontos indevidos relativos ao mês de maio, quando a greve sequer havia sido definida, e ameaças de novos cortes de ponto. “É importante dizer que a única resposta da gestão foi ingressar com o pedido de ilegalidade, mas a Justiça já decidiu que a greve é legal. Nós estamos cumprindo a determinação judicial, que é manter os serviços essenciais de urgência e emergência e manter em 30% os serviços. Nós queremos que a gestão receba a categoria, portanto a greve continua e não pode haver corte de ponto, seria um ato covarde inclusive, negar direitos e cortar o ponto destes efetivos”, analisou.
O diretor de Comunicação do Sintab, Napoleão Maracajá, também frisou o descaso da gestão.
“Em um ano e sete meses o governo municipal tem ignorado todos os direitos dos servidores, inclusive o pagamento, que todos os meses vem com problemas e no mês passado houve desconto arbitrário, levando os servidores a terem que pedir antecipação do 13º para garantir alimentação dos seus filhos. É por isso que a gente diz que até aqui, a gestão morreu e que este ato sirva portanto para ressuscitar a gestão”, refletiu.
Já o diretor de Política e Formação do Sintab, Franklyn Ikaz, chamou atenção para as condições de trabalho precárias.
“A gestão morreu, mas antes de falecer matou o direito dos trabalhadores. Acabou com a saúde pública de Campina Grande, a população não consegue fazer um exame, não tem acesso a medicamento, as estruturas das unidades estão caindo aos pedaços e não há nenhuma resposta sequer da Prefeitura de Campina Grande”, afirmou.
A greve geral dos servidores de Campina segue firme e na próxima sexta-feira, 15, haverá assembleia de avaliação e encaminhamentos, na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), a partir das 9h. Em tempo, o Sintab segue protocolando ofícios para solicitar reunião com a Prefeitura e assim negociar a pauta dos trabalhadores.