Queiroga anuncia aplicação de terceira dose da vacina para idosos e imunossuprimidos

Idosos acima de 70 anos e pessoas imunossuprimidas devem se vacinar a partir de meados de setembro

O médico cardiologista Marcelo Queiroga, indicado para ser o novo ministro da Saúde, e o atual ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, falam à imprensa no Ministério da Saúde.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou a aplicação da terceira dose da vacina contra a covid-19 a partir do dia 15 de setembro em idosos com mais de 70 anos e imunossuprimidos. 

Também a partir de 15 de setembro, o ministério vai reduzir o intervalo da aplicação da segunda dose dos imunizantes da Pfizer e Astrazeneca das atuais 12 semanas para oito semanas. A decisão foi tomada em reunião do ministério na noite desta terça-feira, 24, e anunciada pelo ministro logo depois do encontro em conversa com jornalistas. De acordo com o ministro, no dia 10 de setembro, a pasta finalizará a distribuição de imunizantes para a aplicação da primeira dose em toda a população brasileira com mais de 18 anos, o que abre espaço para a antecipação e o reforço vacinal anunciado.

O reforço será orientado para imunossuprimidos, como as pessoas que fizeram algum tipo de transplante, por exemplo, que tomaram a segunda dose (ou dose única) há pelo menos 28 dias. Além disso, idosos acima de 70 anos, que completaram o ciclo vacinal há 6 meses, também devem receber mais uma dose de vacinas Covid-19.

A necessidade de uma dose de reforço foi amplamente discutida por vários especialistas na Câmara Técnica Assessora de Imunização Covid-19 (CTAI) e considera o aumento da resposta imune do organismo após a aplicação de uma nova dose, principalmente na população mais vulnerável aos sintomas mais graves da doença.

“Com as respostas científicas nós vamos direcionar os rumos do Programa Nacional de Imunizações (PNI), com relação à essa dose de reforço. Quero destacar a importância de defendermos a soberania do PNI, que é um patrimônio de todos os brasileiros. O Ministério da Saúde tem discutido essas ações com especialistas, com pessoas qualificadas, com respaldo científico, com representantes do Conass e Conasems”, ressaltou o ministro da Saúde Marcelo Queiroga. “Temos que nos unir para falar a mesma língua. O que queremos é que nossa campanha siga de maneira equânime. O Brasil é uma só nação, um só povo, todos tem o direito ao mesmo acesso à vacina. Vamos seguir juntos”

De acordo com a recomendação do Ministério da Saúde, o reforço vale para quem tomou qualquer vacina e será realizado, preferencialmente, com uma dose da Pfizer/BioNTech. Na falta desse imunizante, a alternativa deverá ser feita com as vacinas de vetor viral, Janssen ou Astazeneca.

Conforme o avanço da imunização desses dois grupos, a necessidade da dose de reforço também será analisada para outras faixas-etárias e públicos prioritários. A nova etapa da vacinação foi definida de forma tripartite, entre representantes do Ministério da Saúde, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

“Muitas vezes, nós temos que tomar decisões que, há 60 dias, eram de uma forma, e hoje é diferente. Por isso, que haja um respeito a essa coordenação central do Ministério da Saúde, que é compartilhada com todos esses entes. Se algum estado ou algum município foge daquele planejamento, isso vai atrapalhar não só aquele município, mas vai atrapalhar todos os outros entes da Federação. Estamos tentando trazer essa união e atingir o nosso objetivo comum que é imunizar toda a população brasileira e controlar toda essa pandemia nunca vista antes”, afirmou a secretária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite.

Mais vacinas

Com o planejamento feito pelo Ministério da Saúde, as entregas de vacinas previstas até o dia 15 de setembro serão suficientes para vacinar, com a primeira dose, toda a população brasileira acima de 18 anos, estimada em 160 milhões de pessoas.

Assim, será possível evoluir para a novas etapas da campanha de vacinação, como as doses de reforço. A expectativa da pasta é encerrar o mês de agosto com 68,8 milhões de doses entregues pelos laboratórios e em setembro, mais de 62 milhões de doses. O Ministério aguarda, ainda, a liberação das vacinas remanescentes do contrato com o Instituto Butantan.

A estimativa do Ministério da Saúde é vacinar, com a dose de reforço, mais de 2,3 milhões de brasileiros em setembro. Em outubro, mais 7 milhões de pessoas irão se encaixar nos critérios para o reforço e em novembro, 1,6 milhão de brasileiros desses grupos devem se vacinar.

“Esses números nos dão segurança para seguir com essas medidas pacutadas. Temos o conforto suficiente, em função do recebimento de lotes da Pfizer, com expectativa de 27 milhões de doses entregues entre o dia 15 de setembro e o fim do mês. Por isso colocamos preferencialmente a Pfizer, pois é esse imunizante que temos mais disponibilidade para seguir com essa estratégia da dose de reforço”, explicou o secretário Executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz.

Redução de intervalo

Além do reforço na imunização, o Ministério da Saúde anunciou ainda a redução do intervalo entre as doses da Pfizer e Astrazeneca de 12 para 8 semanas. A diminuição do intervalo está prevista para todos que já iniciaram o ciclo vacinal com os imunizantes. A redução também será possível após o envio de vacinas para imunizar, com a primeira dose, 100% da população acima de 18 anos. Essa meta deve ser alcançada em setembro.
Até agora, 78% do público-alvo de 160 milhões de brasileiros acima de 18 anos já tomaram a primeira dose.

Campanha acelerada

Com a campanha de vacinação em ritmo cada vez mais acelerado, o Ministério da Saúde distribuiu mais de 223,6 milhões de doses de vacinas Covid-19 para todo o Brasil. Até agora, a primeira dose já chegou para mais de 125,2 milhões de brasileiros acima de 18 anos. Mais de 56,6 milhões de pessoas já completaram o ciclo vacinal ou tomaram a dose única, o que representa 35% do público-alvo. O Brasil ocupa o 4º lugar em número de vacinados com pelo menos uma dose e de pessoas completamente vacinadas entre todos os países do mundo.

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