PSOL protocola ação no MP contra Prefeitura de Campina Grande e empresa de apostas por supostas irregularidades no São João

Foto: Rondinelle de Paula /Arte Produções

O Diretório Estadual do PSOL na Paraíba ingressou com uma representação junto ao Ministério Público da Paraíba (MPPB), requerendo a abertura de uma investigação contra a Prefeitura de Campina Grande e a empresa de apostas esportivas Bet 7K, por supostas ilegalidades na parceria firmada para o patrocínio do São João 2025.

A peça foi protocolada na noite de ontem (7) pelo advogado Olímpio Rocha, filiado ao PSOL, na Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e da Criança e do Adolescente.

A ação aponta indícios de improbidade administrativa, violação ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e descumprimento de normas constitucionais e orientações do Tribunal de Contas da União (TCU), além de possível afronta aos direitos do consumidor.

Patrocínio de empresa de apostas e detalhes sobre as possíveis irregularidades

Segundo o documento, a empresa de apostas Bet 7K foi uma das principais patrocinadoras da edição deste ano do evento junino, promovido pela Prefeitura e que atraiu milhões de pessoas.

A marca esteve presente com estandes, camarotes, brindes e ampla visibilidade publicitária.

Porém, segundo a ação movida pelo PSOL, a Prefeitura não divulgou os valores envolvidos nem os critérios utilizados para a escolha da patrocinadora, o que, segundo o documento protocolado no MP, fere os princípios da transparência, legalidade e moralidade administrativa.

Riscos à saúde pública e integridade de crianças e adolescentes

A ação do PSOL cita possíveis riscos à saúde pública e à integridade de crianças e adolescentes, devido, segundo a presentação, “uma ampla exposição de publicidade de apostas em evento com grande presença infantojuvenil”, o que, conforme o material, “viola o artigo 81 do ECA, que veda a promoção de produtos potencialmente nocivos a esse público. Além disso, fere as diretrizes de jogo responsável previstas na legislação federal”.

O advogado Olímpio Rocha afirmou que o caso merece atenção urgente do Ministério Público.

“Não se trata apenas de um problema de transparência ou de vício administrativo. Estamos diante de uma ameaça concreta à saúde mental de jovens e famílias vulneráveis, como já vem alertando o próprio Tribunal de Contas da União. A Prefeitura tem o dever de zelar pela moralidade e pelo bem-estar social, não de permitir a banalização do jogo e da exploração de apostas em espaços públicos e festivos.”

A ação também cita dados do Acórdão nº 1173/2025 do TCU*, que revelou o impacto alarmante das apostas on-line. Conforme trecho do documento, “entre 90 e 130 bilhões de reais foram movimentados no país em 2024, sendo que a maior parte dos prejuízos atingiu famílias das classes D e E, inclusive beneficiários do Bolsa Família”.

Segundo o TCU, a dependência em jogos já é a terceira mais comum no Brasil, atrás apenas do álcool e do tabaco.

Dentre os pedidos feitos ao Ministério Público estão a abertura de inquérito civil, a requisição de documentos à Prefeitura e à Receita Federal sobre a legalidade da atuação da empresa Bet 7K, e, caso constatadas irregularidades, o ajuizamento de Ação Civil Pública por Improbidade Administrativa, com responsabilização dos gestores e eventual anulação do contrato firmado.

Click PB

Artigo anteriorOperação São João 2025 fecha ciclo junino com saldo positivo em toda a Paraíba
Próximo artigoMinistro de Lula desembarca na Paraíba nesta semana para lançar obras do VLT em Campina Grande

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui