Mesmo com tentativa de intimidação, servidores da saúde continuam protestos por cumprimento dos direitos da categoria

Giovanni Freire, rechaçou a tentativa de repressão por parte da prefeitura, que acionou a Guarda Municipal e impediu a entrada do carro de som do sindicato no pátio da Secretaria.

Foto: Ascom

Nem a constante tentativa de intimidação por parte da gestão municipal afasta os servidores da saúde de Campina Grande, dos protestos pelo cumprimento dos direitos negados à categoria. Na manhã desta quinta-feira, 04, os efetivos realizaram mais uma mobilização na Secretaria Municipal de Saúde (SMS), dando continuidade ao calendário de paralisações semanais de dois dias, aprovado em assembleia e que segue na próxima semana, no dia 9 e também no dia 10, quando haverá novo ato na SMS, a partir das 9h30.

Durante a manifestação desta quinta, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais do Agreste e Borborema (Sintab), Giovanni Freire, rechaçou a tentativa de repressão por parte da prefeitura, que acionou a Guarda Municipal e impediu a entrada do carro de som do sindicato no pátio da Secretaria.

“A gestão trata o servidor desta forma absurda! Esta casa aqui é nossa, mas a nossa voz tem que ficar fora dos muros da Secretaria! Não querem nos ouvir, mas não vamos nos calar, não daremos nenhum passo atrás porque retirar direitos de trabalhador é prática corriqueira e tratar de forma truculenta os servidores não vai nos afastar da luta”, afirmou.

Presidente Giovanni Freire

Ele frisou que sempre houve respeito por parte dos servidores ao espaço público e destacou a importância da categoria para a cidade. “Nós sempre respeitamos o espaço e esta é mais uma demonstração de que a gestão não respeita o servidor público, que é patrimônio dessa cidade, nós somos aqueles que fazem a saúde pública de Campina Grande, o que vai resolver o problema da saúde de Campina Grande é o trabalhador ser respeitado e ter seus direitos todos garantidos”, acrescentou.

Ainda em sua fala, Giovanni lembrou mais uma vez, que nenhuma das pautas reprimidas foi atendida até o momento. “Nós vamos continuar denunciando, mesmo diante desta grande perseguição aos trabalhadores, porque para se cobrar deveres deve-se garantir direitos e não é o que estamos vendo! Na última reunião, tudo que foi encaminhado ficou só no papel, não houve convocação da reunião da comissão dos Planos de Cargos; nem a reunião para a construção da lei do Previne Brasil; não houve ainda a entrega de equipamento de proteção individual para as categorias, nem de fardamento. Nada do que foi prometido na última reunião foi cumprido”, detalhou.

O diretor de Comunicação do Sintab, Napoleão Maracajá, também enalteceu o trabalho dos servidores e rebateu a conduta da gestão. “São estes trabalhadores que cuidam dos enfermos mesmo nas precárias condições de trabalho e dão o seu melhor pela população. Não são os servidores que causam insegurança, quem não cumpre com as leis é a gestão, que persegue os trabalhadores. Um carro do Sintab nunca antes foi impedido de entrar nesta Secretaria, o governo não tem envergadura moral de cobrar deveres, porque que não cumpre nenhum direito”, comentou.

Diretor de Comunicação, Napoleão Maracajá.

Assim também reforçou o diretor de Política e Formação Sindical, Franklyn Ikaz: “há quantas semanas, quantos meses nós estamos vindo aqui para cobrar a mesma coisa? É cansativo demais e em vez de vir aqui para tentar resolver o problema, apresentar uma proposta, a gestão manda a Guarda Municpal para nos intimidar, no que pese todas as dificuldades que também enfrenta a Guarda, pela qual temos todo respeito, porque são trabalhadores como nós”.

Diretor de Política Formação Sindical, Franklyn Ikaz

Os servidores presentes também aproveitaram o espaço para mais uma vez denunciar as condições de trabalho às quais estão submetidos. “O que nós estamos pedindo é direito do trabalhador e hoje nós nos posicionamos mais uma vez, pelos insumos que faltam dentro das unidades, pelos nossos direitos negados”, disse o agente de combate às endemias (ACE) Mayron Alves Soares. “Na minha unidade os tijolos estão virando pó, as paredes estão cheias de rachaduras, o ar-condicionado da sala de vacinas está quebrado, não tem vacina para a população, a porta do banheiro dos usuários está quebrada faz quatro meses, mas para a Secretaria de Saúde está tudo bem”, denunciou Ivone Agra, agente comunitária de saúde (ACS).

Uma usuária do SUS também pediu a palavra para denunciar a ausência de equipe de ACS no bairro onde mora. “Eu moro na Liberdade e a prefeitura retirou a equipe que atendia o bairro. A agente de saúde da minha rua ia na minha casa, quando eu precisava de uma consulta ela marcava e agora não temos nada, queria ver secretário, filho de secretário, prefeito, em fila para atendimento médico, esperando meses por uma consulta, por um exame que não sai”, declarou.

Mais informações sobre as paralisações e o ato da próxima semana serão divulgadas pelo Sintab nos próximos dias.

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