A vereadora Waléria Assunção (PSB) usou a tribuna da Câmara Municipal de Campina Grande, nesta quarta-feira (15), para relatar uma denúncia preocupante recebida de pacientes e familiares de crianças atendidas no Hospital da Criança e do Adolescente.
Segundo as informações repassadas à parlamentar, o hospital não estaria recebendo pacientes em estado grave que necessitam de UTI ou de atendimento intensivo. A equipe médica estaria sendo orientada a encaminhar esses casos para outras unidades de saúde.
Waléria classificou a situação como grave e lembrou que o Hospital da Criança e do Adolescente é porta aberta, devendo atender a todas as demandas.
“Eu não sei explicar de fato quais seriam os motivos, mas não vou especular. Na condição de vereadora, questiono e gostaria de uma explicação por parte da direção do hospital e da gestão municipal sobre por que essa orientação foi dada”, declarou.
A parlamentar questionou se o problema estaria relacionado à falta de insumos, à defasagem técnica ou à falta de autonomia da equipe médica. Ela cobrou ainda uma resposta oficial da Secretaria Municipal de Saúde.
Waléria ressaltou que essa situação não é um caso isolado na rede pública de Campina Grande. E pontuou os vários problemas da saúde municipal: hospitais ameaçando paralisar atividades por falta de pagamento, descumprimento de Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) firmados com o Ministério Público para solucionar problemas no ISEA e no Hospital Pedro I, além de denúncias sobre o uso de recursos do Fundo Municipal de Saúde e atrasos salariais recorrentes entre os servidores.
A vereadora lembrou ainda que a Câmara aprovou recentemente uma suplementação de R$ 30 milhões para a saúde, incluindo o pagamento de salários, o que deveria ter evitado novos atrasos.
“Pensei que, com essa suplementação, esse problema não se repetiria tão cedo, mas não foi o que aconteceu”, lamentou.
Ela finalizou mencionando a manifestação realizada pelos servidores da saúde na semana passada, que protestaram justamente por falta de pagamento.