Um desabafo publicado nas redes sociais por uma técnica em radiologia de Campina Grande tem repercutido entre profissionais da saúde do município. No texto, a servidora relata a dor e o cansaço de continuar trabalhando sem receber salário, expondo a realidade enfrentada por muitos colegas da área.
“Trabalhar sem salário. Esperar o mínimo e receber o nada. Ver colegas adoecendo em silêncio, engolindo o choro, sorrindo pra não perder o emprego. Campina tá cheia de profissionais exaustos e o que mais dói é que todo mundo sabe, mas ninguém fala”, escreveu a técnica, em um dos trechos mais compartilhados da publicação.
No relato, ela afirma que já chegou a se afastar do trabalho em outro momento, após episódios de assédio moral e exaustão emocional, mas que decidiu voltar, mesmo sem garantias. “Eu já fui embora um dia. Fui quando a alma gritou mais alto do que o corpo aguentava. Voltei, mas não voltei igual. Voltei com o coração cheio de marcas, com a cabeça cansada de tanta injustiça”, desabafa.
O texto também denuncia o medo e o silêncio que dominam os corredores das unidades de saúde. “Eu sei do medo que ronda os corredores, das mensagens que chegam baixinho, dos desabafos feitos no privado, das palavras que morrem antes de virarem voz. E é por isso que eu falo. Porque quando eu falo, eu não falo só por mim”, afirmou.
Encerrando o relato, a profissional resume o sentimento que tem sido compartilhado por diversos trabalhadores da saúde pública municipal: “Eu estou. Apenas.” A frase, simples e contundente, simboliza a resistência de quem segue atuando por amor à profissão, mesmo diante do atraso de salários, da falta de reconhecimento e das condições precárias de trabalho.


























