Na última segunda-feira (22), o deputado federal Romero Rodrigues (Podemos) participou da entrega de 20 novas motocicletas à Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos (STTP), em Campina Grande. Durante o evento, ele foi questionado sobre ovoto que deu a favor da chamada PEC da Blindagem, aprovada em 17 de setembro pela Câmara Federal.
A proposta, oficialmente apelidada de “PEC da Prerrogativa”, foi alvo de forte rejeição popular e críticas de especialistas, que a classificaram como uma tentativa de proteger parlamentares contra a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF). O texto, na prática, cria um escudo político para deputados e senadores, dificultando punições e responsabilizações.
Romero buscou justificar o voto afirmando que agiu com consciência, e não por determinação partidária. “A gente tem que permitir que o deputado federal saia de sua casa, vá ao plenário e tenha a opção de votar livremente”, declarou. Para ele, o parlamentar deve ter autonomia e exercer seu voto de acordo com sua consciência, seja contra ou a favor, sem se deixar levar pela pressão popular. “Eu não tenho medo de dizer isso.”
Ele ainda afirmou que não vai se desculpar nem tentar recuar da posição que tomou, diferente de outros parlamentares que, segundo ele, “se acovardaram”. “Não vou fugir de ter votado no tema, como alguns parlamentares no Brasil, que agora estão dizendo que vão pedir ao STF para anular um voto que eu dei acreditando que foi de forma livre.”
Ao contrário da maioria da sociedade, que repudiou a PEC da Blindagem por enxergar nela um retrocesso democrático, Romero reafirmou não se arrepender da posição. Segundo ele, a proposta garante a independência dos deputados e devolve prerrogativas que já existiam na Constituição.
“Ficar se desculpando para ficar dando satisfação à sociedade, votei, e se amanhã for colocada novamente no plenário federal eu votarei novamente pelo retorno das prerrogativas que existiam na constituição federal brasileira, essa é minha posição”, disse o deputado.
As declarações de Romero expõem a contradição entre a defesa da liberdade de voto dos parlamentares e a percepção popular de que a PEC da Blindagem nada mais é do que uma proteção corporativa para a classe política.