O Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), segue avançando na reestruturação da assistência nefrológica, com a ampliação e descentralização dos serviços de hemodiálise. Recentemente, foram inaugurados dois novos centros de hemodiálise, nos municípios de Mamanguape e Piancó, ampliando significativamente a capacidade de atendimento e reforçando o compromisso da gestão estadual em garantir cuidado especializado e mais próximo da população.
Atualmente, o estado conta com sete centros ativos, distribuídos nas três macrorregiões de Saúde, o que garante maior cobertura e acesso ao tratamento para pacientes com insuficiência renal. Entre janeiro de 2023 e julho de 2025, foram realizados mais de 380 mil procedimentos, beneficiando aproximadamente 1.500 pacientes em todo a Paraíba.
De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Ari Reis, o fortalecimento da rede de hemodiálise é uma ação planejada dentro da estratégia de regionalização da saúde. “Nosso objetivo é garantir que o paciente receba o tratamento com qualidade e próximo de sua residência, com equipes capacitadas e estrutura adequada”, destacou.
Das unidades recentemente entregues, o Centro de Hemodiálise de Mamanguape já está em pleno funcionamento desde a última segunda-feira (13), com capacidade para atender 20 pacientes por dia. A unidade funciona em um prédio anexo ao Hospital Geral de Mamanguape (HGM), de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, oferecendo um ambiente moderno, climatizado e integrado à rede hospitalar da região.
“O serviço não vem apenas com a rotina de diálise, mas um acompanhamento contínuo integrativo com nefrologista, enfermeiros, serviço social, psicólogo e nutricionista, além de todo o apoio da rede hospitalar, tornando o HGM referência para acolhimento e tratamento dos pacientes com doenças renais crônicas e agudas”, ressaltou o diretor-geral da unidade, Rodrigo Adriano.
Além das novas unidades, a SES está executando obras de ampliação dos serviços em Pombal, Catolé do Rocha, Picuí e Santa Rita, o que vai aumentar o número de máquinas disponíveis e o total de sessões realizadas mensalmente. Com os investimentos mais recentes, a rede estadual conta com 189 máquinas de hemodiálise, que permitem a realização de 756 sessões diárias, atendendo 1.512 pacientes, com mais de 19 mil sessões mensais. Até o fim de 2026, a Paraíba deve contar com 12 centros de hemodiálise, atendendo de forma integral e regionalizada as três macrorregiões de saúde.
Assistência integrada – Os centros de hemodiálise funcionam de forma integrada à rede hospitalar estadual, garantindo assistência contínua e segura para pacientes em diferentes condições clínicas. A presença desse suporte dentro das unidades hospitalares tem contribuído para reduzir riscos clínicos e agilizar o início do tratamento dialítico, especialmente em situações de urgência.
O acesso aos serviços de hemodiálise segue um fluxo regulado, que tem início nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e obedece à classificação internacional KDIGO, que estratifica a Doença Renal Crônica (DRC) em estágios 1, 2, 3a, 3b, 4 e 5. Pacientes classificados a partir do estágio 3b, com Taxa de Filtração Glomerular (TFG) igual ou inferior a 45, são considerados de risco moderado a alto para evoluir com necessidade de Terapia Renal Substitutiva (TRS).
Segundo a gerente executiva de Regulação e Avaliação da Assistência da SES, Lidiane Nascimento, nesses casos, a UBS encaminha o paciente ao Ambulatório Pré-Dialítico, e o regulador municipal insere a solicitação no Sistema Nacional de Regulação (Sisreg). “Os médicos reguladores fazem então a triagem e o agendamento para o atendimento com a equipe multidisciplinar, no qual, em um mesmo dia, o paciente passa por nefrologista, psicólogo e nutricionista”, explicou.
Já o paciente com indicação de hemodiálise ambulatorial pós-internação hospitalar segue um fluxo diferenciado. Para esses casos, o NIR do serviço de urgência envia o formulário corretamente preenchido pelo médico nefrologista, indicando a hemodiálise, e encaminha para o e-mail da regulação solicitando vaga em clínica satélite. “No mesmo dia, realizamos o agendamento para a clínica satélite mais próxima, sempre para o próximo turno possível”, disse Lidiane ao detalhar o fluxo de acolhimento e regulação do paciente.
A expansão da rede de hemodiálise faz parte da política de regionalização da saúde adotada pelo Governo da Paraíba, que busca reduzir deslocamentos, otimizar recursos e oferecer atendimento humanizado aos pacientes renais crônicos. A SES tem priorizado a implantação de serviços em unidades hospitalares estratégicas, garantindo resposta rápida a casos de insuficiência renal aguda (IRA) com mais agilidade e humanização.