A psicóloga e fundadora da Clínica Papel Marchê, Érica Matias, esteve na manhã desta terça-feira (14) na Câmara Municipal de Campina Grande, acompanhada de pais de crianças e adolescentes atendidos pela instituição. O grupo buscou apoio dos vereadores e denunciou a suspensão do sistema SISREG e o atraso nos repasses da Prefeitura, que, causaram problemas na continuidade dos atendimentos.
“Na verdade, nós não estamos aqui apenas para cobrar os atrasos. O problema é um pouco maior e foi gerado pela própria gestão. Além da falta de pagamento, que ocorre desde o mês de março, existe outro fato que nos deixou abismados”, afirmou Érica.
Segundo a psicóloga, desde o dia 25 de junho, quando a clínica retomou as atividades após o recesso, o sistema SISREG foi retirado da unidade sem qualquer aviso prévio ou explicação. “O que isso significa? Que todos os atendimentos que realizamos desde então não estão sendo computados no sistema nacional”, explicou.
Érica relatou que procurou a Secretaria de Saúde para obter esclarecimentos, mas não recebeu nenhuma justificativa plausível. “Eles alegam que estávamos duplicando atendimentos, mas não apresentaram nenhuma prova. Foi uma atitude unilateral e, eu diria, até criminosa”, declarou.
Nos últimos meses, para manter o funcionamento da clínica, foram utilizados recursos próprios e uma emenda parlamentar. No entanto, a fundadora informou que, sem novos repasses, a unidade precisou suspender as atividades neste mês.
Érica pretendia utilizar a tribuna da Câmara para expor a situação com mais detalhes, mas, por questões regimentais, sua fala foi adiada para a próxima terça-feira.
O Instituto Papel Marchê é uma organização sem fins lucrativos, de direito privado e com autonomia administrativa e financeira. A instituição atua há mais de 30 anos como centro especializado em neurociência, saúde mental e desenvolvimento humano, oferecendo atendimento a crianças e adolescentes com transtornos de aprendizagem e do neurodesenvolvimento.