O deputado Luis Miranda (DEM-DF) chegou hoje ao Senado Federal, para depor à CPI da Covid, usando um colete à prova de balas. Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Miranda vai falar hoje à comissão no Senado ao lado do irmão, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde que acusa Bolsonaro de ter ignorado denúncias relacionadas à vacina indiana Covaxin. O deputado também carregava uma Bíblia. O parlamentar chegou sem o irmão ao Senado.
Questionado, ele disse que o servidor foi “abandonado pelos membros do Ministério da Saúde no aeroporto”. Miranda voltava de uma viagem oficial do ministério para os EUA para negociar as vacinas da Janssen. Segundo o deputado.
“Bolsonaro ainda vai pedir perdão para mim, eu tenho certeza. Ele vai perceber que a equipe dele é muito injusta”.
Ao confirmar o depoimento do deputado, anteontem, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, anunciou que haveria um aparato de segurança para o deputado, que diz estar sendo ameaçado. Ao chegar ao Senado, Miranda voltou a dizer que recebeu “várias ameaças” inclusive entre ontem e hoje. O parlamentar alega ter avisado Bolsonaro sobre indícios de irregularidades na compra da vacina indiana, relatados pelo irmão.
O contrato de aquisição do imunizante indiano foi assinado em 25 de fevereiro deste ano. De acordo com o deputado, o irmão teria sido pressionado a dar celeridade ao processo burocrático para que as 20 milhões de doses adquiridas chegassem ao Brasil —mesmo com aval, o governo ainda dependeria de autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Segundo as alegações, o servidor do Ministério, contudo, teria se negado a apressar a importação. Ele também diz que sua equipe havia identificado falhas de documentação e inconsistências no contrato, denúncias que teriam sido levadas ao presidente da República.
Fonte UOL