Nesta quarta-feira (20), a Câmara Municipal de Campina Grande realizou uma audiência pública proposta pela vereadora Jô Oliveira (PCdoB) para discutir os impactos da instalação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no município. O encontro reuniu moradores das comunidades que serão diretamente afetadas pelas obras, além de organizações da sociedade civil, representantes de universidades e integrantes de órgãos públicos.
Participaram da discussão representantes das famílias atingidas, a Frente pelo Direito à Cidade, o Observatório das Metrópoles, a União Campinense das Equipes Sociais (UCES), o Centro de Ação Cultural (Centrac), além de pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
Desde a apresentação do projeto, Jô Oliveira tem buscado ampliar o diálogo com setores da sociedade e com os moradores que vivem ao longo da antiga linha férrea, área que será revitalizada para a implantação do VLT. Durante a audiência, ela reforçou que o desenvolvimento urbano precisa ser inclusivo e planejado.
Segundo a parlamentar, “nós entendemos a importância do veículo leve sobre trilhos e a forma como ele pode ser inserido, principalmente na melhoria da mobilidade urbana da cidade de Campina Grande”. Ela também destacou o impacto humano da intervenção. “Como ele pode afetar as famílias que estão às margens da linha férrea, que criaram seus filhos, construíram família e que já estão lá há mais de quatro décadas”, afirmou.
Jô ressaltou ainda a falta de informações concretas sobre o destino dessas famílias. “A preocupação é que essas pessoas fossem ouvidas. Tem muita coisa posta sobre o VLT, mas pouca informação sobre o destino das famílias que estão à margem da linha do trem. E agora, com a realidade da instalação cada vez mais próxima, sentimos a urgência de abordar esse tema com a população. O que será feito com essas famílias? Vai ser aluguel social? Vai ser despejo? Vai ser indenização?”, questionou.
Durante a audiência, foram discutidos encaminhamentos que envolvem a criação de uma comissão com representantes dos moradores, da Prefeitura Municipal, da Câmara, universidades e Governo Federal, além da necessidade de reuniões específicas com moradores de cada bairro afetado, divulgação do cronograma das obras, realização de uma conferência municipal sobre o VLT e disponibilização pública de informações no site da prefeitura.
Também foi debatida a importância da retomada do Conselho da Cidade (Concidade) como espaço de diálogo permanente sobre políticas urbanas, a atualização do Plano Municipal de Habitação e a revisão do Plano de Mobilidade de Campina Grande com participação social. Outro ponto destacado foi a necessidade de integrar os planos setoriais e o orçamento municipal às diretrizes do Plano Diretor.
O poder público municipal esteve representado pelas Secretarias de Obras, Assistência Social e Planejamento, além da Procuradoria do Município e da Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos (STTP). A Defensoria Pública da União (DPU) e a Comissão Estadual de Prevenção aos Conflitos no Campo e na Cidade também foram convidadas para o debate.
A vereadora encerrou reforçando que o diálogo deve ser permanente e transparente. Para ela, garantir que todos os envolvidos sejam ouvidos é fundamental para que a implantação do VLT ocorra de forma justa e respeitando os direitos das famílias que vivem há décadas ao longo da linha férrea.





























