Na manha desta terça-feira (11), na Câmara Municipal de Campina Grande, os vereadores votaram em vários requerimentos e entre eles um com o objetivo de realizar uma audiência pública para debater políticas públicas para comunidade LGBTQIA+ de autoria da vereadora Jô Oliveira (PCdoB).
Os vereadores da bancada evangélica, Alexandre do Sindicato (UB), Luciano Breno (Avante) e Saulo Noronha (MDB) se abstiveram da votação, todos da base governista, o que chamou atenção do vereador Rafafá, que pediu a fala.
O primeiro vereador assumidamente gay da Casa, Rafafá (UB) aparentou surpresa que uma pauta simples, os colegas não tenham tido reciprocidade. Ele lembrou que mesmo sendo de religião de matriz africana, não deixou de votar em questões ligadas à religião cristã e ainda lembrou que na hora de pedir voto ninguém se preocupa se é hetero, cristão ou ateu.
“O que me admira, é em uma primeira pauta simples, sobre política pública para classe LGBT e já me deparo com alguns de vocês se ausentando. Lembrando que eu assinei diversos requerimentos de questão religiosa, de apoio a vocês. Porque eu sei que tenho eleitor evangélico, católico, da minha própria religião que é o Candomblé. Lembre-se que aqui todo mundo na hora de pedir voto, ninguém olha para religião ou sexualidade, todo mundo quer o voto do gay, todo mundo quer o voto do hetero, do ateu, do católico, do crente”.
Rafafá também comentou que ninguém queria aprovar um projeto, mas para discutir e dar vez e voz a todos. E que acredita que com o tempo, alguns parlamentares irão amadurecer e entender que tem que fazer política para todos. “Independente das relações, das colocações e gostos, vereador é para trabalhar para todo mundo”, disse.
Após o pronunciamento na sessão ordinária, Rafafá concedeu entrevista a imprensa. Veja abaixo: