Acusado de tentar reverter o resultado das eleições de 2020, Donald Trump protagoniza um dos maiores constrangimentos institucionais da democracia dos Estados Unidos. Ele é o primeiro ex-presidente americano a ser acusado criminalmente na história do país.
Além das acusações no caso dos documentos secretos retirados da Casa Branca, Trump foi convocado para comparecer ao tribunal nesta quinta-feira (3), em Washington, para responder por outros quatro crimes.
- conspiração contra o país;
- conspiração para desrespeitar direitos civis;
- conspiração para tentar obstruir um procedimento oficial; e
- obstrução de um procedimento oficial (reconhecimento das eleições no processo).
Em entrevista a Natuza Nery, a correspondente da TV Globo em Nova York Carolina Cimenti explica os impactos das acusações para a complexa corrida eleitoral nos Estados Unidos, que começa no ano que vem.
“O ano eleitoral americano é cheio de datas: tem primárias, tem cálculos, tem eventos dos partidos, tem debate. É um ano extremamente intenso. E isso tudo vai acontecer ao mesmo tempo em que serão realizados esses julgamentos.”
As possíveis condenações, no entanto, não representam uma ameaça institucional à carreira de Trump.
“Trump pode concorrer a eleição mesmo que seja preso e pode ser presidente em prisão domiciliar “, explica. “A gente tem que lembrar que o presidente, aqui nos Estados Unidos, pode perdoar qualquer pessoa de qualquer crime, e pode, inclusive, se auto perdoar.”
“Se ele não for eleito presidente, ele pode simplesmente ir atrasando essa decisão até chegar à Suprema Corte e tenha mais chances de ser perdoado…. Teoricamente, ele teria a maioria dos juízes conservadores.”
G1