O Parque do Povo não cabe mais o povo

Ano passado, teve vários dias de portões fechados, o que levou o prefeito Bruno Cunha Lima a comentar sobre o aumento do local

No Parque do Povo, na noite desde sábado (10), com shows de Japãozinho, Simone Mendez e Felipe Amorin, já haviam portões fechados desde às 21:30h. Lamentavelmente, na edição dos 40 anos do Maior São João do Mundo, o público que ficou do lado de fora, criou confusão e invadiu alguns portões do local, por sorte, ninguém ficou gravemente ferido.

Sinceramente, apesar de lamentar o ocorrido, já era de se esperar que em algum momento isso aconteceria. Acreditar que uma multidão iria aceitar sempre de forma pacífica, ficar do lado de fora da festa, é ingenuidade. É preciso se tomar providências para que algo mais trágico não aconteça.

Bem, com o aumento do público a cada ano, vinha se discutindo a possiblidade de aumentar o espaço ou mudar de local, o que não agrada a alguns, por conta da história que carrega a festa, desde a criação do Palhoção.

Ano passado, teve vários dias de portões fechados, o que levou o prefeito Bruno Cunha Lima a comentar sobre o aumento do local, mas ficou só nas ideias. Esse ano, contrariando as necessidades da festa, a empresa contratada, não apenas diminuiu o espaço, como a quantidade de forrozeiros.

O aumento dos camarotes e da área vip, diminuindo em torno de dez mil a capacidade do público, causando muita insatisfação. A segregação é visível e quase humilhante para o povão, que só vê o artista imprensado de um lado do palco, ou bem atrás da multidão.

Campina Grande, para quem quer forrozar mesmo, têm inúmeras opções, no entanto, não são baratas, para aqueles que têm pouco poder aquisitivo. E um dos pouco locais que o povo ia de graça, era o Parque do Povo, mas, até isso foi reduzido para eles.

Fato é que a festa idealizada por Ronaldo Cunha Lima, cresceu demais e não tem mais espaço para um evento que cresce a cada ano. Por mais importante que a história do local carregue, que quando projetada, pensava em agregar os forrozeiros e barrequeiros, que muitas vezes tiravam seu sustento no mês de junho, que foi pioneira e copiada por todo o Nordeste, não há mais espaço para todos. Por mais que incomode, é preciso pensar em outro local, maior. Que suporte quem pode ficar em uma área mais privada e aqueles que ficam com o calor do público.

E não adianta expandir para o Açude Novo ou aumentar a parte de baixo, “soluções” já comentadas. O problema está no palco principal, onde estão os grandes artistas. E, para mudar a estrutura principal do evento, é preciso compreender o tamanho da festa e o povo que fez e faz de Campina Grande, o Maior São João do Mundo.

Artigo anteriorBrahma enaltece o São João e convida as pessoas para celebrarem a cultura nordestina
Próximo artigoVereador Bruno Faustino diz que o povo está ficando de fora do São João de Campina Grande

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui