China dispara mísseis em exercício militar contra Taiwan

A ofensiva ocorre um dia após a visita da presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan.

A China disparou vários mísseis ao redor de Taiwan nesta quinta-feira (5), em exercícios militares sem precedentes –os maiores já realizados no estreito que separa o continente da ilha. A ofensiva ocorre um dia após a visita da presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan. A viagem, entre terça (2) e quarta-feira (3), durou menos de 24 horas, mas foi tempo suficiente para enfurecer Pequim, que prometeu fortes retaliações.

A programação incluiu disparos de mísseis e foguetes com munição real nas águas ao norte, sul e leste da ilha, elevando as tensões na região ao nível mais alto dos últimos 25 anos –alguns sobrevoaram a capital, Taipé. A última vez que os chineses lançaram mísseis em águas ao redor de Taiwan foi em 1996. O Japão afirmou que cinco deles caíram nas águas de sua zona econômica exclusiva –não geraram dados, mas o governo japonês apresentou um protesto formal a Pequim. Foi a primeira vez que um incidente do tipo ocorreu.

Taipé condenou os exercícios militares da China, dizendo que eles violam as regras da Organização das Nações Unidas, invadem seu espaço territorial e são um desafio direto à livre navegação. Após os disparos, navios de guerra de ambos os lados permaneceram na área e nas proximidades. O governo de Taiwan enviou jatos e sistemas de mísseis para rastrear aeronaves da China que cruzavam seu espaço aéreo e chamou a ação de “irracional”, mesmo termo usado por Wang Yi, chanceler chinês, sobre a visita de Pelosi.

O governo chinês afirmou que os exercícios militares –que duraram cerca de duas horas–, assim como outras manobras feitas nos últimos dias em torno de Taiwan, são respostas “justas e necessárias” e culpou os EUA e seus aliados pela escalada de tensão na região. Defendeu ainda que suas diferenças com a ilha são um assunto interno.

O governo autônomo de Taiwan foi formado com a fuga de Chiang Kai-shek e seu Estado Maior para a ilha –e apoio dos EUA– depois da vitória da Revolução Chinesa, em 1949. Outros 2 milhões de chineses também se refugiaram lá após a ascensão do comunismo na China. Taiwan se considera independente, com Constituição própria e eleições democráticas, enquanto a China a vê como uma província rebelde e espera controlá-la novamente. Poucos países reconhecem a independência. Os EUA mantêm uma relação ambígua, pois não reconhecem o território como um Estado, mas têm relações com ele.

Armamentos mais sofisticados que os usados nas manobras desta quinta (2) podem ser usados em novos exercícios militares na região, segundo a imprensa chinesa, que cita mísseis mais potentes, caças furtivos, porta-aviões e um submarino nuclear.

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