Prefeitura de Campina Grande inicia Plano de Ação Integrado para crianças em acolhimento

Trabalho é realizado na Casa da Esperança 3 e atende normativas do Ministério da Cidadania

Foto: Codecom

O Plano de Ação Integrado, desenvolvido pela Prefeitura de Campina Grande, por meio do Programa Criança Feliz, da Secretaria de Assistência Social (Semas), está sendo implantado na Casa da Esperança 3, que atende crianças de 0 a 6 anos. A iniciativa tem como meta principal atender as normativas da Portaria 664, de setembro de 2021, do Ministério da Cidadania. O artigo 2, da referida portaria, assegura esse tipo de assistência para crianças com até 72 meses (setenta e dois) afastadas do convívio familiar, em razão da aplicação de medida de proteção.

O trabalho, que vem sendo monitorado pela coordenação do Criança Feliz, foi iniciado há quinze dias, sob orientação da psicopedagoga e de uma das supervisoras do programa, Julieta Freitas, que tem avaliado, principalmente, a coordenação motora, linguagem auditiva e outros aspectos apresentados pelas crianças, por meio do Plano Individual de Acompanhamento (PIA). A ideia é ampliar a equipe e tornar esse acompanhamento mais criterioso.

“Estamos observando o desenvolvimento de linguagem, a motricidade e o déficit de aprendizagem dessas crianças. Temos um caso em especial, que nos chama a atenção. Trata-se de uma criança com histórico de agressividade, que não desenvolveu fala e que não consegue se relacionar normalmente com outras crianças. Ela também está sendo acompanhada por médicos especialistas”, disse Julieta Freitas.

Para Roseane Andrade, coordenadora da Casa da Esperança 3, que também já fez parte do Criança Feliz, disse que é uma iniciativa muito importante porque é um programa que trabalha, de forma específica, cada aspecto apresentado pelas crianças. “Ele vem, na verdade, complementar o trabalho das educadoras que atuam na unidade. São crianças que foram abandonadas e trazem consigo um histórico de dificuldades”, destacou a coordenadora.

“A ideia é irmos muito mais além de um cuidado básico. É de aprofundarmos essa atenção considerando a trajetória de cada criança. Nada será feito de forma aleatória, pois são históricos de muita falta, de muita negligência, de violência e precisamos considerar todas essas dificuldades. É entender, acima de tudo, o motivo de cada uma estar em uma Casa de Acolhimento e de alguma forma, tentar amenizar esses danos que foram causados externamente”, assegurou a coordenadora do Criança Feliz, Meruska Aguiar.

Metodologia

Ainda de acordo com a coordenadora, a metodologia que está sendo aplicada foi bastante discutida com vários atores: Vara da Infância e Juventude, Rede de Proteção Especial e Proteção Social Básica, para viabilizar um direcionamento de qualidade à primeira infância. “Acaba sendo um trabalho bem diferenciado do trabalho normal do Criança Feliz nos bairros, pois são crianças que têm suas bases familiares, seus vínculos. Mas, em relação ao trabalho com as crianças em acolhimento, não temos como estabelecer vínculos com pessoas que estão em rotatividade. Então, essa é uma forma de tentarmos amenizar esses danos, já que elas não têm o básico para o desenvolvimento pleno, que é a família, concluiu Meruska Aguiar.

Estudo UNICEF

Conforme estudos do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), para cada mês que a criança fica institucionalizada nas casas de Acolhimento, implica em três meses de atraso no desenvolvimento infantil, à exemplo de QI (Quociente de Inteligência) baixo, problemas de saúde, relacionamentos, problemas cognitivos, de fala e motricidade. Tudo, provavelmente, tudo causado pelo único fato delas estarem institucionalizadas.

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