Servidores de todas as categorias e de várias cidades paraibanas ocuparam a Praça da Bandeira na manhã desta quinta-feira, 30, para protestar contra a Reforma Administrativa (PEC 32), que significará na prática, o fim do serviço público no Brasil. A assembleia pública geral foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais do Agreste e da Borborema (Sintab), como parte da campanha “Não é uma Reforma, é o Fim dos Serviços Públicos – Não à Reforma Administrativa!”, lançada nem agosto pela instituição e que tem esclarecido à população, porque a PEC 32 destruirá os serviços públicos e consequentemente, os servidores do país.
O presidente do Sintab, Giovanni Freire, fez a abertura da assembleia.
“A gente hoje está aqui para fazer um alerta à população, que existe a PEC 32, que vai retirar aquilo que ainda resta para o povo brasileiro que é o serviço público. Vocês imaginem uma pandemia que matou tanto e tem matado ainda, se não fosse o Sistema Único de Saúde, quantas mais pessoas teriam morrido e é isso que querem retirar, o direito à saúde pública, o direito à educação pública, portanto essa luta não é só dos servidores mas de todos aqueles que utilizam do serviço público, essa luta é de toda a população, porque nós pagamos e pagamos caro em nosso país e não podemos permitir o sucateamento, para entregar à iniciativa privada, aquilo que deve ser entregue à população, pelos tributos que são pagos”, destacou.
Na sequência, o diretor de Política e Formação Sindical, Franklyn Ikaz, também reforçou a importância de alertar a sociedade sobre os riscos da PEC 32.
“É preciso dialogar com a população e dizer que a PEC 32 é a legalização da corrupção, do assédio moral. Querem com essa PEC acabar com o serviço público gratuito à população, quem não tiver dinheiro para pagar uma escola para o filho, ele vai ser analfabeto, quem não tiver dinheiro para pagar um plano de saúde, vai morrer sem atendimento porque essa PEC é para acabar com os postos de saúde, com as UPAS, com os hospitais públicos. Você que precisa do serviço público, essa luta é sua porque o serviço público é a única chance que a população pobre tem para viver neste país”, argumentou.
Já o diretor de Comunicação, chamou a atenção para o cenário caótico em que mergulha o país e que poderá piorar ainda mais com a aprovação da Reforma.
“Esse é o retrato de um país arrasado, pela pandemia que deixou um lastro de mortes que já se aproxima de 600 mil pessoas e pela desigualdade extrema, num país que tem o maior rebanho bovino do mundo e as pessoas estão fazendo fila para pegar ossos em alguns frigoríferos e açougues porque não têm o que comer”, disse.
Entre os perigos do projeto que está tramitando no Congresso Nacional para a Reforma Administrativa estão a possibilidade de fim do concurso público; a livre nomeação de funcionários por indicação de políticos; amplos poderes para o Poder Executivo extinguir órgãos e cargos; o fim da estabilidade no emprego, enfraquecendo o servidor e aumentando assim a possibilidade de corrupção nos atos da administração pública, e a privatização de serviços essenciais que hoje são gratuitos para a população. Na próxima semana, uma comissão formada por diretores do Sintab estará em Brasília para, entre outras atividades, pressionar os parlamentares a derrubarem a PEC 32.
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