“É uma estatal que só me dá dor de cabeça”, diz Bolsonaro sobre a Petrobras

A declaração ocorreu durante entrevista à TV Jovem Pan.

Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na manhã desta quarta-feira (27) que a Petrobras é uma estatal que “só lhe dá dor de cabeça”. A declaração ocorreu durante entrevista à TV Jovem Pan.

“Alguns acham que a culpa é minha, alguns acham que eu posso interferir na Petrobras. Eu posso interferir na Petrobras? Eu vou responder a processo. O presidente da Petrobras vai acabar sendo preso. É uma estatal que, com todo respeito, só me dá dor de cabeça. Nós vamos partir pra uma maneira de quebrarmos mais monopólio, quem sabe até botar no radar da privatização”, apontou.

O presidente também minimizou o recorde de produção de barris da empresa. “Outro dia, um assessor chegou para mim e falou: ‘Olha, a Petrobras acabou de bater recorde na produção de barril por dia, 3 milhões e poucos de barris por dia’. Daí eu falei: ‘E qual a consequência disso? É uma empresa que hoje em dia está prestando serviço para acionistas, e mais ninguém. A chance de vocês perderam algo na Petrobras é zero’, continuou.

Segundo o chefe do Executivo, quem compra ações da Petrobras “não perde nunca”: “Você compra ação de qualquer empresa, você pode perder. A Petrobras você não perde nunca. Ou seja, essa empresa é nossa ou é de alguns privilegiados?”, questionou.

Na segunda-feira (25), Bolsonaro disse que a privatização da Petrobras entrou no radar do governo, mas alegou que o processo é complicado e que nada mudaria quando se fala em monopólio e preços.

Ao falar sobre a alta nos preços dos combustíveis, ele sustentou que os reajustes da Petrobras são uma realidade e que o preço do combustível está alto em razão do preço do dólar e do barril de petróleo, e não porque ele é o “malvado”.

Antes, no sábado (23), disse que não vai interferir no preço dos combustíveis e voltou a defender a privatização da Petrobras.

“Estou conversando com o (ministro da Economia) Paulo Guedes sobre o que fazer com ela (Petrobras) no futuro. É um monopólio, a legislação deixa ela praticamente independente. Eu indico o presidente, nada alem disso. Alguns querem que a gente interfira no preço, a gente não vai interferir no preço de nada. Isso já foi feito no passado e não deu certo”, alegou.

Sobre a privatização, reclamou de “burocracia” no processo. “Privatizar não é botar na prateleira e tudo bem. Não. É complicada a situação. Teríamos privatizado muito mais coisa se não fosse essa burocracia”, disse, completando que “a Petrobras está amarrada por leis, as mais variadas possíveis”.

Correio Braziliense

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