Após acatar decisão judicial que obrigou o encerramento da paralisação, o Sintab realizou nesta quarta-feira, dia 08, com os Servidores de Apoio da Educação, assembleia remota para deliberar sobre o retorno das aulas presenciais nas escolas e creches a partir do dia 20. Entre os pontos de pauta discutidos, estavam o ciclo completo de imunização vacinal, as condições de trabalho e o fornecimento de EPIs nas unidades escolares.
Ficou definido como encaminhamento entre os servidores de apoio quatro pontos: 1) a visita da diretoria do Sintab às escolas e creches para fiscalizar às condições estruturais e de trabalho para receber a comunidade escolar (professores, técnicos, servidores de apoio, alunos e pais) sem risco sanitário; 2) o objetivo é elaborar um relatório técnico para verificar se as unidades escolares atendem as exigências do Protocolo de Retorno às Aulas Presenciais distribuído pela prefeitura de Campina Grande; 3) também ficou definido nova assembleia para terça-feira, dia 14, às 09h30, para deliberar sobre as condições de trabalho verificadas na fiscalização, 4) além de protocolar ofício à SEDUC solicitando reunião com o secretário de educação.
Com a decretação da ilegalidade da paralisação, a categoria do Apoio foi obrigada a retornar segunda-feira, dia 06, ao trabalho nas escolas e creches. Lá encontraram uma série de irregularidades que inviabilizam um retorno seguro exigido nos protocolos de retorno às aulas. As reclamações dos servidores pipocaram na assembleia: “torneiras que não tem nem onde lavar as mãos”; “os banheiros todos detonados, nem descarga tem, com vasos quebrados”; “onde trabalho está em reforma já tem 3 anos e meio”; “As salas não comportam nem 50% da capacidade das crianças matriculadas para ter um distanciamento seguro”, além da ausência de distribuição de fardamento e máscaras aos funcionários.
“Esse Protocolo exige muito do servidor, mas não demonstra nenhuma preocupação com a nossa vida. Não cita sequer a necessidade do ciclo completo de imunização vacinal”, explicou Joselito Barbosa, diretor do Sintab. Entre os requisitos do Protocolo, informa que a limpeza deve ser feita sem nenhum aluno dentro da sala de aula; não misturar produtos que geram gases tóxicos; além de elencar a necessidade de uso de EPIs que a própria SEDUC não fornece: luvas de trabalho, capote, máscara, botas ou sapatos de trabalho, óculos de ampla visão, etc.
Para os servidores, os requisitos são muito difíceis de se cumprir na prática. São exigências de quem desconhece a realidade das escolas e creches. A título de exemplo, exige que o servidor tome banho e troque de roupa nas unidades escolares. “Como a SEDUC vai atender essa exigência com 2 banheiros para um corpo de funcionários de 20 pessoas? Teríamos que chegar às 05 da manhã” criticou uma servidora na assembleia. “Exige-se muito, mas não oferece de contrapartida as condições mínimas. Temos unidades que não recebeu álcool em gel, luvas, máscaras, água sanitária. O servidor teve que, muitas vezes, tirar do seu próprio bolso para se proteger”, explicou Joselito.
“O que está sendo feito nas escolas é uma maquiagem: pintura, limpeza de mato e poda de árvores”, alertou na assembleia. “Os protocolos exigem que as salas sejam amplas, com ventilação. As unidades escolares de Campina Grande não atendem os requisitos exigidos no protocolo”, disse ele. Na cidade são mais de 150 unidades escolares entre creches e escolas. Em maio, o Sintab visitou algumas dessas unidades quando o prefeito Bruno Cunha Lima apresentou 10 escolas para o retorno no modelo híbrido. Das unidades visitadas pelo sindicato, somente 2 tinham condições de estrutura física e de trabalho para retorno as aulas.
Os servidores de Apoio da Educação são os funcionários que englobam secretárias, merendeiras, serviços gerais, vigias e motoristas. Sem aulas presenciais, estavam em paralisação nos últimos 2 meses, reivindicando a vacinação para a categoria e as melhorias estruturais no ambiente de trabalho. “Temos outras pautas já reprimidas há um bom tempo pela prefeitura, como o adicional de insalubridade e a progressão vertical por titulação”, disse Joselito. Para mais informações, entre em contato pelo fone (83) 3341-3178, ou através das redes sociais do Sintab no Instagram e Facebook.