Em assembleia virtual realizada na tarde desta segunda-feira, 30, pelo Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais do Agreste e Borborema (Sintab), os servidores da Saúde de Campina Grande aprovaram paralisações semanais de dois dias, sendo um deles, também de mobilização. A categoria não aguenta mais ser ignorada pela gestão municipal, que continua sem cumprir nenhum dos pleitos reprimidos, problemas antigos e que colocam em risco a vida destes trabalhadores, incansáveis no cumprimento de suas funções, mesmo diante da pandemia de Covid-19.
As paralisações terão início no próximo dia 15, tendo em vista o feriadão de 07 de setembro, com possibilidade de fechamento das repartições públicas também no dia 06, para não prejudicar a população com quatro dias sem atendimento ao público, somando os dois dias de paralisação com o feriadão.
O presidente do Sintab, Giovanni Freire, explicou a decisão.
“Faz oito semanas que mobilizamos e nada foi resolvido, agora o serviço vai parar. Esta é a resposta dos trabalhadores ao descaso do governo municipal. Não há nenhum respeito pelos servidores, nem o equipamento de proteção individual, que é proteção de vida, está sendo garantido. Além disso, não tem cumprimento de data-base, não tem plano de cargos, não tem sequer pagamento correto da folha desde o início desta gestão”, destacou.
Sobre as demandas não cumpridas, o diretor de Política e Formação Sindical da instituição, Franklyn Ikaz, lembrou que embora o secretário de Saúde, Filipe Reul, tenha recebido a categoria, até agora, nenhum problema foi resolvido.
“Tivemos mais uma reunião com o secretário e o discurso é exatamente o mesmo. Toda reunião, a gente recebe ‘não’ ou promessas que não se cumprem. A via crucis dos servidores tem sido uma coisa inaceitável porque é só exigência, sem que se tenha uma mão dupla, é um caminho de mão única, todos os deveres são cobrados mas os direitos não são garantidos”, lamentou.
Para o diretor de Comunicação, Napoleão Maracajá, há um projeto arquitetado, de esquecimento do servidor público no município.
“É um projeto que é de desrespeito total aos servidores. Está muito claro isso nas cansativas e vazias reuniões com os secretários, pautas de anos que seguem sem resolução, há uma estratégia também nessa ideia dos secretários receberem mas sem entregarem nada, enquanto o prefeito continua ignorando a categoria”, frisou.
Enquanto se organizam para o início das paralisações, os efetivos aguardam o cumprimento de algumas ações anunciadas pelo secretário Filipe Reul, em reunião realizada no dia 24 de agosto.
“Nós tivemos a reunião com o secretário e sobre os Planos de Cargos, ele disse que a comissão é a mesma e já vai começar a analisar os processos. Informou que horário de trabalho permanece como está até sair uma normativa sobre o novo. Com relação ao Previne Brasil, a comissão já foi publicada e cobramos dele que faça o Projeto de Lei. Sobre equipamento de proteção, disse que já adquiriu fardamento, que deve entregar nos próximos 15 dias e vai investigar o que está acontecendo sobre as denúncias de irregularidade na distribuição de máscaras, para resolver o problema”, detalhou a vice-presidente do sindicato, Monica Santos.
O local e data da mobilização do dia 15 ainda estão sendo definidos e serão divulgados nos próximos dias.