Os servidores da saúde de Campina Grande aprovaram em assembleia virtual realizada na tarde desta quinta-feira, 15, uma mobilização para a próxima quarta-feira, 21, a partir das 9h, na frente do prédio da Administração Municipal. O ato acontecerá com número restrito de participantes e observando todas as normas de segurança sanitária, para evitar contaminação pelo coronavírus.
O objetivo é chamar atenção da população da cidade para o descaso da gestão, que sequer oferece de forma suficiente e com qualidade, equipamentos de proteção individual (EPIs) básicos para os trabalhadores, que se arriscam na linha de frente no combate à pandemia.
O presidente do Sintab, Giovanni Freire, reforçou a negligência e o desrespeito da Prefeitura de Campina Grande com os servidores da saúde.
“Mesmo na pandemia, persiste o desrespeito a esta categoria que está na linha de frente, saindo de casa para trabalhar e colocando em risco a própria vida e a dos familiares. E estamos falando de problemas antigos, estamos falando de condições de trabalho precárias; da data-base que não é cumprida há três anos; do Plano de Cargos da Saúde, cuja comissão foi desativada, enquanto o Plano de Cargos dos ACE e dos ACS está congelado desde 2016. Além disso, indicamos representante para a comissão da Lei do Previne Brasil para ser enviado à Câmara e nada; questões que já estavam lá antes da pandemia e seguem sem nenhuma perspectiva de resolução”, denunciou.
Ele lembrou que houve reunião com o secretário de Saúde do município, Filipe Reul, no último dia 05 de julho, na sede do Centro de Referência em Reabilitação e Assistência em Saúde do Trabalhador (Cerast) e alguns encaminhamentos foram apontados, mas sem efetivação até o momento de nenhuma dos problemas.
Ainda sobre condições de trabalho, os relatos dos servidores e servidoras que participaram da assembleia evidenciaram que a situação extrapola o absurdo, revelando por exemplo que não chega álcool 70º em quantidade suficiente para uso contínuo e proteção dos trabalhadores; faltam máscaras e as que chegam são de péssima qualidade ou não indicadas para uso de profissionais de linha de frente; falta material básico de limpeza, como sabão e papel higiênico; o fardamento da grande maioria está velho e desgastado pelo uso e a infraestrutura de muitas unidades está seriamente comprometida, com infiltrações, mofo e rachaduras.